segunda-feira, 1 de abril de 2013

o casamento e a família


TEXTO BASE 1° COR 13: 1 =13

INTRODUÇÃO

TEMA: O CASAMENTO E A VIDA FAMILIAR=I

Uma sociedade é tão adequada quanto lhe permite o estado emocional dos indivíduos que a integram.
Elevadas e crescentes perturbações nos casamentos aumentam o número de filhos com conflitos e potencialmente menos preparados para a interdependência ontológica com o mundo.
A cultura e a família interinfluenciam-se constantemente e porque o homem está em essência no mundo, pode viver no amor e/ou na destruição.
Nestas relações feridas emocionais visíveis e invisíveis são herdadas, reconstruídas ou ao longo das gerações.
Valores pessoais, relacionais, de cidadania, de ética e de justiça são transmitidos implícita e explicitadamente nessa transgeracionalidade.



Há lealdades morais, filosóficas, religiosas, políticas e psicológicas onde as várias gerações das famílias assumem compromissos que poderão se constituir em dívidas ou méritos para as gerações seguintes.
Problemas conjugais não resolvidos, por exemplo, poderão constituir dívidas ou méritos para os filhos, seus futuros casamentos e os de seus filhos.
Nas relações conjugais e familiares, o liberalismo e o autoritarismo excessivos promovem endividamentos e desorganizações que se refletem nas relações implícitas e explícitas das gerações familiares.
Os amores possíveis no casamento, metaforicamente falando, são:
Aghape: o amor em projetos comuns na vida: filhos, matrimônio e carreira, entre outros.
Filos: é o amor do companheirismo, da amizade, do afeto e da cumplicidade.
Eros: é o chamado amor químico, da atração, da paixão, do sexo e do desejo.
Existe um ciclo de vida dos amores conjugais que tem crises previsíveis nos tempos modernos. Obviamente, isto é didático e as fases podem se sobrepor.

Fase 1: A paixão
Na fase da paixão,acontecem as escolhas co-inconscientes e co-conscientes de parceiros.
O homem, habitualmente jovem está pleno de testosterona e no apogeu do desejo, de seu papel de sedutor.
A mulher, cheia de estrogênios, está na sua plenitude reprodutiva e receptividade sexual.
Os biólogos estudiosos do casamento dizem que a feniletilamina é a molécula do amor.
Está presente especialmente nos quatro ou cinco primeiros anos do casal a partir do momento em que se apaixonam.
Na paixão acontece em uma idealização do romance.
Chamamos de relação eu – eu, a esse fenômeno onde a pessoa apaixonada vê no outro o que espera, maximizando as qualidades e minimizando os defeitos. Eros é o amor mais presente nessa etapa.
A crise previsível dessa fase é chamada de luto da paixão.
Acontece neste momento de haver mais responsividade, menos romance, muito trabalho e desidealização romântica.
A relação eu - tu Fica aos poucos mais estabelecida, onde um enxerga muito mais o outro como ele é de fato e faz-se necessária a legitimação das diferenças.

A fase 2 é a chamada etapa de formação do casal conjugal, também carregada de ideais e expectativas sobre o que seja a relação conjugal. Os valores das famílias de origem manifestam-se com mais força.
Os amores eros, quente e aghape,compromissos, passam a co-existir com mais intensidade.
Diz-se que sob a ótica hormonal, acontece o efeito ocitocina que produz busca de intimidades, onde a mulher quer mais romance, e o homem, mais sexo.
A crise previsível da fase 2 na formação do casal conjugal ocorre com os choques de expectativas um do outro, da vida, das facilidades e dificuldades encontradas na conveniência diária.
O contato com a realidade se intensifica.
É uma relação eu – tu, como já dissemos, onde podem existir algumas desilusões, e o contato físico, de carinhos, pode ficar menor. Nesse momento pode ocorrer a busca de filhos.

A fase 3 é a formação do casal parental, do casal de pais, quando surgem novos papéis de pai e mãe, além dos já existentes de marido e mulher. Os amores presentes são: eros, filos e aghape.
A relação que se estabelece é a eu – nós, ou seja, eu mulher ou marido mais seu cônjuge e seus filhos. Quanto mais maduro estiver o casal sobre o ponto de vista emocional mais facilmente conseguirão espaços para lidar com as diferenciações que existem, e mais facilmente serão superadas as dificuldades.
A crise previsível da fase 3 dá-se com os pequenos afastamentos onde o amor eros diminui, e os amores aghape e filos crescem.
A chegada de filhos muitas vezes pode sobrecarregar o jovem casal que, preocupado com esta grande responsabilidade, pode ficar com pouco espaço e estimulação para o amor erótico.
A prolactina na etapa de amamentação, pode diminuir o impulso sexual da mulher.
Choros de bebês, sono interrompido, preocupações e ansiedades novas poderão naturalmente estressar o casal.

A fase 4 é a de filhos adolescentes. Nessa etapa pode ocorrer a busca pro-ativa do orgasmo feminino.
O homem estará mais envolvido sexualmente, mais aberto a intimidades e carinhos.
A ocitocina é chamada o hormônio da super cola dos relacionamentos.
São esperadas as famosas crises de meia idade com estresses característicos.
É a fase de avaliação da construção do patrimônio familiar, da educação e saúde de filhos e, muitas vezes, de cuidados com os pais mais velhos.
As crises previsíveis da fase 4 apresentam tendências a isolamento. Pode acontecer o chamado divórcio emocional no casal conjugal, quando eles ficam juntos mas com baixo desejo sexual, rotina e amor eros frio.
Pode haver depressão e infidelidades sexuais, algumas vezes onde o marido se interessa por jovens de idades próximas às de seus filhos recém saídos do ninho.

A fase 5 que é a chamada da meia idade ou do ninho vazio apresenta uma revisão da vida.
Podem surgir novos desafios que exigem apoio recíproco, para a menopausa e a andropausa do casal, dependendo se será com ou sem reposição hormonal, com maiores índices de saúde, bom humor e esperanças para novos alcances existenciais.
Hormonalmente falando, o estrogênio diminui, há menor disponibilidade sexual e pode haver maior irritabilidade entre o casal.
As ereções penianas do marido serão menos intensas e o casal deverá buscar novas maneiras de se relacionar sexualmente, com redescoberta da intimidade, de novas formas de orgasmos.
Os homens podem ser os mais gentis amantes nesta fase.
Cuidados com a saúde, além de novas sensualidades também podem ser conseguidos através de potentes e remédios da medicina moderna.
As vivência aghape e filos poderão ser mais efetivas, com companheirismo excepcional.
A crise previsível da fase 5 pode ser dificuldade de envelhecer, busca de parcerias mais jovens, divórcios emocionais, infidelidades, e friezas no convívio conjugal.
A fase 6 do ciclo de vida do casamento, também chamada a fase de melhor idade pode trazer mais tempo para o lazer do casal. A mulher pode estar mais sensual e auto confiante.
Os homens mais gentis e amorosos.
O companheirismo do amor filos poderá estar em alta.
“Não há um ancião que esqueça onde escondeu seu tesouro.” (G. G. Marques, 1982).
A crise previsível dessa fase 6 pode conter enfermidades debilitantes, disfunções sexuais, frustrações profissionais, aposentadorias injustas, afastamento da família e da vida social com perdas de estatus.
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o melhor do que muitas vezes ganharíamos por medo de tentar.” (Sheakespeare).

Bons casamentos passam por crises do amor, períodos de abstinência sexual e algumas etapas de desesperanças.
Isto não significa necessariamente a morte do amor.
Pode haver sempre a busca de renascimento e reciclagens a cada fase citada
O amor romântico proposto pela mídia e por nossa cultura apenas, não basta!
Os amores do casamento, reciclados e resignificados a cada fase são uma grande esperança para termos casamentos saudáveis e duradouros.

Nas relações conjugais e familiares os maiores riscos atuais são:
1. Terá tempo a humanidade de desenvolver hierarquias de valores antes que a superpopulação, a poluição e a tecnologia armamentista imponham emergências destrutivas?
2. De onde e como surgirão novos educadores?
3. Como serão ouvidos os seres humanos que não confiam em ninguém?
Os nossos grandes desafios são a construção de direitos humanos que redefinam valores, lealdades e ética nas relações entre pais e filhos, os adultos e os avós.
As pessoas que têm vieses positivos sobre as situações estressantes tendem a se dar melhor do que aquelas que têm uma percepção dura e uma realidade que pode ser depressiva, como uma enfermidade que ameaça a vida.
Tais “ilusões positivas” mantêm a esperança diante da crise, permitindo que esses indivíduos usem todos os seus recursos para superar as dificuldades.
Confiança compartilhada entre os casais é fundamental na superação das dificuldades.
Só agora a ciência está começando a entender a química da vontade de viver e dos esforços obstinados para se recuperar o máximo possível.
É possível a dominar a arte do possível com iniciativa ativa e aceitação.
Para sermos resilientes e capazes de superar as crises do casamento com crescimentos pessoais e familiares, precisamos fazer um balanço da nossa situação – desafios, restrições e recursos – e depois nos concentrar em extrair o máximo das nossas opções. São necessários tanto domínio ativo quanto aceitação.
As crenças relacionadas ao domínio e à aceitação devem ser contrabalançadas.
A resiliência requer aceitação dos limites do nosso potencial e do potencial de nossos cônjuges; avaliação e reconhecimento daquilo que podemos influenciar e o que não podemos mudar e, então, direcionar o maior esforço para o que é possível.
Os membros da família podem não conseguir controlar o resultado dos eventos, mas podem fazer escolhas e encontrar maneiras significativas de participar ativamente do processo de desdobramento dos eventos e englobar a crença em uma condição humana fundamental, com um conjunto de valores em prol dos quais nos empenhamos; a crença em um poder supremo; ou a crença em uma unidade holística com a comunidade humana, a natureza e o universo.
Pode também incluir experiências divinas, que são sagradas ou místicas e difíceis de explicar na linguagem e nas imagens comuns.
Viver assim é um convite à expansão da consciência e, com ela, à responsabilidade por si mesmo, pelo casamento, pela família, pela comunidade e, em fim, pela raça humana.
Autora: Ana Maria Fonseca Zampieri, Ph.D

Adaptação por Pr. João Nunes Machado

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