segunda-feira, 20 de maio de 2013

A MATURAÇÃO DA FÉ*

TEXTO BASÍCO MT 15:21-28

INTRODUÇÃO

“Saindo daquele lugar, Jesus retirou-se para a região de Tiro e de Sidom. Uma mulher cananeia, natural dali, veio a ele, gritando: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito. Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós. Ele respondeu: Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel. A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: Senhor, ajuda-me! Ele respondeu: Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Disse ela, porém: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Jesus respondeu: Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.” (Mateus 15.21-28)

Na semana passada nós estudamos esse texto e aprendemos que fé de qualidade é aquela que está acompanhada de arrependimento, de conteúdo, de perseverança, de humildade e de transformação. 

Entretanto, uma fé assim não nasce da noite para o dia, não acontece num passe de mágica. Fé de qualidade amadurece. 

Deus, pela graça, a planta em nós e, também pela graça, a amadurece.

A história dessa mulher cananeia nos ensina como Deus amadurece a fé do seu povo amado, ensinando-os a andar pelo que não se vê, tornando-a nobre e de qualidade. O que, a princípio, parece com imobilidade, indiferença, insensibilidade e até insulto preconceituoso, no fundo é amor da melhor qualidade.

Sendo assim, olhando para o texto que lemos, como o Senhor, amorosamente, prova e amadurece a fé do seu povo?
A maturação da fé se dá…

1. Pelo SILÊNCIO cortante de Deus

“Saindo daquele lugar, Jesus retirou-se para a região de Tiro e de Sidom. Uma mulher cananeia, natural dali, veio a ele, gritando: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito. Mas Jesus não lhe respondeu palavra.” (v.21-23)

O silêncio é um instrumento cortante. Assim como um bisturi, ele pode matar ou pode curar. Depende da forma como ele é usado. 

Deus, com precisão cirúrgica, sabe, como ninguém, usar o silêncio para cortar onde precisa ser cortado, fazendo sangrar o que precisa ser expurgado. Porém, nas mãos de pecadores como nós, o silêncio corta e faz sangrar até a morte o coração dos amantes. 

Homens e mulheres silenciam-se por crueldade. Muitas vezes é pelo temor de se exporem. Ferem com silêncio para não serem feridos ao se relacionarem.

Por maldade, não falam. Fazem greve de palavras por pirraça, por vingança, por crueldade. 

Em nossas mãos, o silêncio é capaz de matar lentamente, causando hemorragias fatais na alma das pessoas. 

Quem corta com o silêncio também morre, assim como a abelha morre ao deixar em nós o seu ferrão. 

Quem corta com silêncio vai perdendo pedaços do coração.

Mas, Deus, não. Ele sabe usar o silêncio. 

O silêncio de Deus nunca é por vingança, não é sinal de crueldade, não é fruto de pirraça. Sim, o silêncio de Deus é cortante e faz sangrar, mas não mata. Antes, ele tem como objetivo remover da alma o pecado, a incredulidade, toda e qualquer transgressão ou iniquidade. 

O silêncio de Deus é cirúrgico. 

Isso é muito claro nesse texto. Deus, de forma soberana, arquiteta o encontro da mulher com Jesus. 

Ao dizer que Jesus se retira das proximidades de Jerusalém “para a região de Tiro e de Sidom”, Mateus está nos dizendo algo de extrema importância.

Essa é a única vez que o Senhor, durante o seu ministério terreno, sai da região dos judeus para as terras dos gentios. 

O Evangelho quer nos mostrar que Jesus veio para buscar e salvar os perdidos de todos os lugares. 

Deus prepara os encontros para atrair as pessoas a si e salvar o seu povo. 

A iniciativa dele, somada à sua graça irresistível, nos faz ir a Ele pela fé. 

Essa mulher é uma filha do sofrimento. Nada nem ninguém conseguia libertar a sua filha que sofria horrores nas garras do demônio. 

Aquela era uma região de grande envolvimento com sistemas religiosos demoníacos e, consequentemente, a possessão demoníaca era algo comum.

O silêncio de Deus é cortante, mas apenas para o filho de Deus! Isso já nos diz alguma coisa sobre a razão do silêncio de Deus. 

O descrente não se importa com o silêncio de Deus. 

O ímpio nem ao menos nota a falta de Deus. Nem fala com ele. Mas não é assim com o cristão. 

Ele não só nota, mas também sofre, e sofre muito, com o silêncio de Deus. 

O silêncio de Deus corta a sua alma, pois ele precisa da voz de Deus para lhe instruir a mente, lhe dirigir os passos, lhe edificar a alma e lhe alegrar o coração. 

A voz de Deus é indispensável para o cristão.

Quando Deus faz silêncio, assim como essa mulher cananeia do nosso texto, o cristão não dá as costas para o Senhor. 

Quanto mais silêncio, mais clamor. 

Quanto mais silêncio, mais perseverança. 

A fé verdadeira, a fé de qualidade, nunca vira as costas para Deus. Diante do silêncio do céu, a fé clama por mais e mais comunhão. O cristão verdadeiro prefere uma palavra de disciplina a um segundo do silêncio do Pai.

A fé de qualidade é amadurecida pelo silêncio de Deus. 

O silêncio de Deus nos corta e faz sangrar de nós toda autossuficiência, todo orgulho, toda vaidade, toda distração e carnalidade, toda esperança vã e passageira, toda ilusão mundana, até que sobre no coração da gente apenas a fome de Deus. 

O silêncio de Deus, para quem dele já provou, só acentua o desejo por mais de Deus. 

Use, portanto, o silêncio de Deus a seu favor. 

O silêncio de Deus amadurece a fé.

A maturação da fé se dá…

2. Pela PALAVRA penetrante de Deus

“Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós. 

Ele respondeu: Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel.” (v.23-24)

Que crueldade! Depois do silêncio, uma palavra assim de rejeição? Por que Jesus agiu assim? Por que ele falou assim? 

A palavra de Jesus tem como objetivo penetrar o peito da gente, transformando e encorajando o coração. 

Lembre-se de que Jesus está fora dos limites da “terra do povo de Deus”, ele está distante de Jerusalém que, supostamente, é o lugar onde todos deveriam crer nele, já que ele era o Messias. Mas, todos lá o rejeitam.

Fora de lá, porém, há essa mulher gentia, uma cananeia, da região siro-fenícia. 

Ela, contrário das “ovelhas perdidas de Israel”, não o rejeita e não o repele. 

Ela o aceita com fé e clama a ele por misericórdia, chamando-o pelo seu título messiânico: “filho de Davi”. 

Ao dizer que ele havia sido “enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel”, Jesus estava fazendo pelo menos duas coisas com sua palavra. 

Primeiro, arrancando dessa mulher uma confissão de fé ainda mais profunda. Segundo, a palavra penetrante de Jesus está usando o exemplo de fé dessa mulher para confrontar os incrédulos fariseus.

Enquanto as ovelhas perdidas de Israel, para quem ele havia sido enviado, o rejeitavam, essa mulher cananeia o honrava com fé. Mais tarde, toda vez que essa mulher se lembrasse do dia da sua conversão, ela seria encorajada pela forma como Jesus confrontou os incrédulos honrando a sua fé. 

A Palavra penetrante do Senhor, portanto, estimula e encoraja a fé. 

A princípio, porém, ela é repugnante, soa radical, parece excludente, mas depois se torna doce como o mel. 

A maturação da fé se dá pela palavra penetrante de Deus.

“Sem a Palavra não nasce a fé, e sem a Palavra não se tem como nutrir a fé que nasceu.”

A maturação da fé se dá…

3. Pela CONFRONTRAÇÃO humilhante de Deus

“A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: Senhor, ajuda-me! Ele respondeu: Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Disse ela, porém: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.” (v.25-27)

E essa agora, meu Deus! Quanto mais ele fala, pior vai ficando. 

Primeiro o silêncio, mas ele mostrou o quanto faz falta a voz de Deus. 

Depois a palavra penetrante, mas ela estimulou e encorajou a fé. Por fim, essa humilhação. 

Afinal, ninguém merece ser chamado de cão! Como essa confrontação humilhante, hoje, diríamos até preconceituosa, poderia contribuir para a maturação da fé?

Os judeus consideravam os gentios como cães selvagens pelo estado da alma dos pecadores. 

O problema é que eles se achavam superiores. Jesus, porém, chama essa mulher de “cachorrinho”, de cãozinho domesticado. 

Em vez de se ofender, ela aceita o termo e vai além, dizendo que, como tal, como um cãozinho do Senhor, ela merecia alguma migalha do Evangelho que as ovelhas de Israel estavam desperdiçando. Essa mulher cananeia reconhece a profundidade da impureza do seu coração, por isso ela aceita ser chamada de “cãozinho”. Ela sabe que seu coração é sujo, por isso não merece estar à mesa do Deus puro e santo. Mas, quando ela admite ser suja e pecadora, o Senhor a purifica e a coloca à mesa. 

Veja como é lindo esse quadro:“A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: Senhor, ajuda-me! Ele respondeu: Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Disse ela, porém: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Jesus respondeu: Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.” (v.25-28)

A lição é que para ser exaltado pela graça de Deus é preciso que primeiro se humilhe debaixo de sua mão poderosa. Para ser salvo e restaurado é preciso que primeiro se confesse o pecado e se clame pelo perdão.

O que levou a mãe a Jesus foi o problema da filha. 

No entanto, perceba: o problema da filha só foi tratado depois. 

O coração da mãe tinha que ser tratado primeiro. 

O Senhor primeiro transformou essa mulher e depois tratou da filha dela. 

Os problemas que nós levamos a Deus nem sempre são as prioridades de Deus, por mais que eles sejam legítimos e caros para nós. 

Primeiro o Senhor sempre trata do nosso coração. 

Não se esqueça, porém, que os problemas nos levam a Deus. 

Nossos filhos, cônjuge, parentes, amigos e igreja só serão tratados na medida em que nós formos pessoalmente sendo transformados.

Conclusão:

A maturação da fé se dá pelo silêncio cortante de Deus, ensinando-nos a viver pela fé. 

Desejando mais de Deus. 

A maturação da fé se dá pela palavra penetrante de Deus, estimulando e encorajando a fé. 

A maturação da fé se dá pela confrontação humilhante de Deus, exaltando com graça a nossa fé. 

A palavra que Deus libera sobre a sua vida neste dia é: tenha fé, viva pela fé e deixe Deus amadurecer a sua fé.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado

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