quinta-feira, 4 de julho de 2013

a busca de um sentido para a vida!

A Busca de um sentido para a vida!

A espiritualidade, que de fato dá conta de si mesma, leva à identificação e à edificação do sentido pleno da vida que eu próprio sou.
O sentido da vida é a busca essencial de todo homem; é uma busca "necessária"; uma busca que todo ser humano faz, queira ou não, tenha consciência dela ou não, seja nihilista ou não.
É esta busca, essencialmente pessoal mas com efeitos "sociais", o motor que faz acontecer a história da humanidade. Dizer busca do "sentido pleno da vida" é o mesmo que dizer busca da realização, da felicidade, da paz.
É essa busca que nos faz diferentes dos outros seres: as coisas, as plantas e os animais.



A esse complexo fenômeno próprio do homem, de buscar e ter que buscar o sentido da vida, a tradição cultural ocidental chamou "espírito" e também "alma".

Modernamente dizemos existência, autonomia, liberdade, história.
O caminho para identificar e ir em profundidade no sentido da vida é a reflexão. Refletir é bem diferente do saber informativo, próprio da ciência.
Refletir provém da palavra latina re-flectir: "ré" indica o movimento de duplicação; "flectir" é dobrar, curvar, fazer voltar sobre si.

Portanto, a reflexão é o dobrar-se sobre si, buscando compreender.
Refletir não é ensimesmar-se, centralizar-se sobre o próprio umbigo; é antes pensar, mas um pensar "re-flectido".

O modo de ser da reflexão é um caminhar lento, tateante, no lusco-fusco de um saber que não permite simplificar a realidade em preto e branco, sim e não, certo e errado.
É um modo de ser que sabe esperar, se for necessário, toda uma vida, na tenacidade da busca, para que o sentido de acontecimentos e do viver se manifeste.

A reflexão é uma jogada existencial que determina o vigor do meu viver total.
Tudo o que se refere à profundidade humana, ao espírito só pode ser compreendido pela reflexão.
Esta maneira de ser da reflexão é atitude diametralmente oposta à tendência da nossa modernidade com seus valores de projeção e dominação, pois buscar o sentido é bem diferente de buscar o "porquê", as causas.

Por isso o modo de ser da reflexão dá a impressão de ser alienado, imprático, inútil, a-social, particularizado, privativo.
No entanto, se formos tocados por seu sopro, aos poucos seremos por ela transformados no nosso registro central, no sentido que anima nosso viver, e seremos seres novos.
Para caracterizar melhor o modo de ser da reflexão, dizemos que ela tem a estrutura de história, entendendo história como "história de uma alma", isto é, como um caminho no qual cresce em nós uma compreensão bem experimentada da vida.

Esse caminho se dá nas vicissitudes de nosso itinerário pessoal: nos nossos encontros e desencontros, nos sofrimentos, dores e alegrias, fracassos e vitórias.
É na medida em que caminhamos que vamos compreendendo nós mesmos, os outros, o universo e, principalmente, o mistério de Deus e os seus caminhos, que pulsam na dimensão mais profunda do nosso caminhar.

À medida que caminhamos, vamos descobrindo o sentido da vida, isto é, o rumo, o destino mais radical do nosso viver e nele vamos descobrindo as respostas as nossas indagações e in-quietudes.
É a história de nossa "alma", isto é, daquilo que "almeja" nosso viver na sua total singularidade.
A experiência que surge deste caminhar é bem diferente da "vivência".

Quando dizemos, por exemplo, que um homem tem grande vivência, não sabemos se ele é experimentado na vida; só sabemos que tem sensibilidade e é facilmente envolvido em grandes emoções.
Quando, porém, dizemos de alguém que é "homem de grande experiência", dizemos que acumulou grande quantidade de energia de ser, de sabedoria da vida, de evidências vitais.

Na profundidade mais radical da busca de sentido, na tenacidade de uma busca conduzida com afinco vem à tona e se dá o encontro com a realidade ulti-míssima, Deus, o Mistério no qual nos movemos, existimos e somos.

Ele é a verdade, isto é, como a palavra grega "alétheia" significa, ele é a manifestação de si, a partir de si, no abismo do mistério de seu amor, para aqueles que o buscam bem.
Deus é paraíso porque coroa e plenifica nosso itinerário de busca de sentido.

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