INTRODUÇÃO
TEMA: A PIOR DOR DO MUNDO!
Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer
Há alguns dias deparei-me com uma pesquisa que pretendia mensurar a intensidade da dor sentida pelas pessoas, através de um questionário que elas respondiam indicando o grau de sofrimento que aquele infortúnio provocava.
Nessa “escala da dor”, foram classificadas as seguintes, como sendo as mais difíceis de suportar: cólica renal, cólica biliar, lombalgia aguda, neurite herpética, gota, enxaqueca severa, dor do parto e a dor do infarto.
Todos estamos sujeitos a um dia vir a sofrer alguma dessas dores, à exceção da dor de parto que por sua natureza, foi reservado apenas à mulher, como uma espécie de conseqüência do pecado:
”Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos” (Gn 3: 16).
Não fazia parte daquela pesquisa questionar sobre a dor que não se experimenta no corpo, mas não obstante penetra tão profundamente no ser, e sua presença é tão sofrida, que não há opicão ou poção farmacológica que possa aliviar sua presença. IS. 53: 3
VOU CLASSIFICAR ALGUMAS DESSAS DORES QUE INCOMODA Á ALMA:
I° A dor do vazio:
É como um “buraco negro” que suga toda energia de vida.
Quem sofre dessa dor tenta sufocar o tédio realizando todas as possibilidades que a vida proporciona, mas estas não lhe dão mais do que um alívio momentâneo, e a eterna busca de “novidades” (compras, shows, encontros, cultos) leva sempre em última instância ao desespero (Kierkegaard).
É que por sua característica, esse vazio não pode ser preenchido pelos prazeres, pelas aquisições materiais, pelas companhias ou por obrigações religiosas.
II° A dor da indiferença.
Vivemos numa época do ficar desligado, não envolver-se e não relacionar-se, pois amar é sentido como algo perigoso que compromete o ser.
Por isso creio que o contrário do amor não é o ódio, mas sim a apatia (do gr. a-pathos, que é indiferença, insensibilidade emocional, apagão dos sentimentos e ausência de paixão).
É a apatia que vai levando a um gradual afastamento de tudo, até que finalmente a pessoa descobre que a própria vida passou.
III° A dor da humilhação:
Quem já foi humilhado na infância, principalmente por quem deveria dar amor e passar confiança, carrega uma promessa gravada a fogo dentro de si: “nunca mais farão isso comigo”.
Pessoas um dia feridas pela humilhação tendem a se defender o tempo todo, pois mesmo que a dor não esteja mais consciente, elas ainda continuam sentindo uma ameaça potencial em todas as situações que envolvam relacionamentos.
IV° A dor da culpa por aquilo que não fez ou não pôde fazer:, ou porque pecou ou falhou:
Culpa por não alcançar os alvos propostos, por não ter sido melhor.... A culpa é um machucar-se a si próprio, uma severidade impetrada para conosco mesmo.
Por vezes o mundo já esqueceu, Deus já perdoou, mas o sentimento continua firme ali agindo como um ladrão de alegria.
Quando há uma dor ardendo na alma, ela se torna o centro do nosso universo e invade cada espaço vazio do pensamento.
Até as bênçãos divinas “somem” aos nossos olhos, e os prazeres mais comezinhos são desprezados.
As dores do corpo podem ser curadas com remédios, tratamentos, cirurgias, ervas, ou acupuntura, mas a dor do ser quem a curará?
V° A dor faz parte da condição humana, por isso ela é inevitável:
Até mesmo o próprio Jesus “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5: 8).
Percebo que Igreja é uma grande reunião de pessoas feridas, sempre buscando o “bálsamo de Gileade” (Jr 8: 22) para suas dores.
Mais cedo ou mais tarde elas encontrarão alívio, mas enquanto ele não chega, elas têm boa chance de nesse processo, agredir com palavras, maltratar e criar algumas animosidades, como uma espécie de reflexo da dor que sentem.
Encobrir uma dor é mais penoso que vivenciá-la.
Quanto mais a negamos, e usamos de artifícios para escondê-la, o sofrimento é maior.
Por outro lado, há quem exagere na dor.
Somos facilmente tentados a dar um colorido dramático demais aos nossos infortúnios.
Enquanto o filho do rei Davi esteve gravemente enfermo ele chorou pela criança, prostrou-se no chão, recusou-se a comer, e expôs o seu caso ao Senhor ao longo de uma semana.
Ao saber que a criança era morta, “levantou-se, lavou-se, ungiu-se, mudou de vestes... e comeu” (2° Sm 12: 20).
Ele sabia que não adiantava mais permanecer em sofrimento.
Há pessoas viciadas em suas dores.
É preciso despedir-se delas.
Jesus tinha especial predileção pelos sofredores.
Ele próprio entende de dores, pois foi humilhado, rejeitado, desprezado.
Se havia algo que o detinha pelo caminho era o chamado de dor de alguém.
Ele não resistiu à dor da pobre viúva de Naim que perdeu seu único bem, o filho.
Ele não resistiu ao choro incontido da mulher estrangeira que pedia desesperada por sua filhinha endemoninhada.
Ele não se absteve de louvar a mulher pecadora que regou em lágrimas de dor os seus pés cansados.
Ele não refugou entrar na casa de um pai aflito cuja filhinha estava à beira da morte.
Qual seria, então, a pior dor do mundo?
Creio que seja a dor daqueles que vivem uma vida sem transcendência, presos ao materialismo, e que viram as costas a um Cristo profundamente humano.
Apesar de habitarem num mundo frio e inóspito, recusam Aquele que veio dar sentido às nossas dores.
Um Forte Abraço!! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, Pr João Nunes Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo! Obrigado por visitar nosso blog, com mensagens inspirativas, baseado na Bíblia, e vídeos ao seu alcance.